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Carnaval no Uruguai - Candombe - Patrimônio Cultural da Humanidade

Quem caminhar pelas ruas do Barrio Sur ou Palermo na cidade de Montevidéu poderá escutar o som de tambores, "eso es candombe, Sangre de negro" como diz a canção de Raíces. Ou até mesmo para aqueles desaviados que já escutaram Jorge drexler ou no te va gustar e não perceberam o ritmo afro uruguayo de muita relevancia na world music da atualidade.





Candombe é um ritmo proveniente da Africa, e tem sido parte importante da cultura uruguaia por mais de 200 anos. Uruguai com população aproximada de 3.2 milhões de habitantes, é um pequeno país localizado na América do Sul, e tem como vizinhos dois grandes países, Brasil, a leste, com 162 milhões de habitantes, e Argentina, a oeste, com 34 milhões de habitantes. O ritmo candombe chegou ao Uruguai graças aos escravos -levados da çfrica-, e continua sendo ouvido nas ruas, nos becos e nos carnavais deste país encantador. 



Para entender como este ritmo fortemente enraizado na cultura uruguaia evoluiu, é necessário voltar aos anais da história africana e sul-americana e observar como este ritmo contagioso ancorou nas areias de Montevideo. Os textos que seguem são fragmentos extraídos de livros e artigos sobre o candombe, assim como opiniões de algumas pessoas que o viveram bem de perto. 

Montevidéu, capital do Uruguai, foi fundada por  espanhóis, negros e indígenas em um processo iniciado em 1724 e concluído em 1730. Em 1750 iniciou-se o tráfico de escravos africanos. No inicio do século XIX a população trazida forçadamente da africana em Montevideo seguramente excedia 50% dos habitantes. A origen desta população não veio de uma Africa homogênea, e sim de uma África multi-étnica e culturalmente muito variada. Sendo 71% da área de Bantú, Africa Oriental e Equatorial, sendo que o resto era de origen não Bantú, da África Ocidental: Guinea, Senegal, Gambia, Serra Leona e Costa do Ouro (hoje Ghana).

O ritmo do Candombe foi criado para o uso de três tambores, piano, chico e repique. Quando este três tambores "levantan presión" -esquentam-, se ouve algo único, que provavelmente nunca se ouvira antes. Nas páginas seguintes se poderá ouvir um som distinto de cada um destes tambores.


A área Bantú, essa enorme região cultural africana com um mosáico étnico complexo - cerca de 450 grupos - e uma extensão linguística que sobrepassa os limites migratóriosdos homens: mais de 20 grupos linguísticos e 70 dialetos.
* Estes índices foram elaborados a partir de documentos do censo de Montevideo em 1812 e do Arquivo Federal da Nação.


O Candombe é a sobrevivência do acervo ancestral africano da raiz Bantú trazidos pelos negros chegados ao Rio de la Plata. O termo é genérico para todos os bailes de negros: sinônimo de dança negra, e evocação do ritual da raça negra. O espirito musical conta dos lamentos dos escravos desafortunados, que contra a própria vontade foram levados para a América do Sul, para serem vendidos e submetidos a humilhações e duras tarefas. Eram almas sofridas, sob inconsolável nostalgia da terra natal. Na época da colônia, os africanos recém-chegados chamavam seus tambores de tangó, e também usavam tangó para denominar o lugar onde realizavam suas danças candomberas. Com a palavra tangó designava-se o lugar, o instrumento e a dança dos negros.

Jorge Drexler - el Tamborero



Se estiver por Montevideo nesse carnaval ou na Páscoa, ir ao Barrio sur escutar os tambores rufando são uma das experiencias mais legais para se fazer na capital Uruguai.



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